MUNDIAL PRO JUNIOR: Mais um brasileiro campeão

Com show de aéreos o campeonato inteiro, Mateus Herdy conquista o título.

Publicada em: 10/12/2018 10:10:57


 
Por: João Carvalho (WSL)

 

O catarinense Mateus Herdy, 17 anos, é o novo campeão mundial Pro Junior da World Surf League, aumentando para oito o recorde de vitórias do Brasil nesta vigésima edição do principal título das categorias de base no mundo. Na final do Taiwan Open of Surfing com o norte-americano Eithan Osborne, ele bateu todos os recordes com a nota 9,77 da onda que mandou dois aéreos e os 18,23 pontos que totalizou nas direitas de Jinzun Harbour. O californiano impediu uma inédita decisão de título brasileira, ao barrar nas semifinais o atual campeão sul-americano Pro Junior da WSL South America, Samuel Pupo, que dividiu o terceiro lugar com o indonesiano Rio Waida, derrotado pelo campeão Mateus Herdy.

“Obrigado Deus, esta foi uma das melhores semanas da minha vida e estou muito feliz”, disse Mateus Herdy, que é filho do ex-surfista profissional, Alexandre Herdy, e sobrinho de um ex-top do CT por muitos anos, Guilherme Herdy. “Logo que cheguei aqui em Taiwan, eu adorei o lugar de imediato, pois é muito bonito, as ondas são ótimas, as pessoas muito legais, então certamente quero voltar aqui mais vezes. Eu estava falando com meus amigos antes da final e sabia que para vencer, eu teria que surfar melhor do que nunca. As condições estão ótimas para os aéreos, então eu fui para eles e estou muito feliz pela vitória”.

Mateus ganhou destaque internacional quando conseguiu um surpreendente vice-campeonato na final do QS 10000 Hawaiian Pro em Haleiwa Beach, vencido pelo campeão mundial Joel Parkinson. Com este resultado, ele entrou no grupo dos dez que se classificam para o CT pelo WSL Qualifying Series. Mateus nem estava inscrito no outro QS 10000 do Havaí, porque já tinha recebido um convite para competir no Mundial Pro Junior. Mas, ganhou outro convite da WSL para defender sua vaga em Sunset Beach, no entanto perdeu logo na estreia na Vans World Cup e deu tempo para partir para Taiwan tentar o título mundial.

“Eu só tenho que agradecer a WSL pelos convites, me dando as chances que eu precisava. Não fui bem no Havaí, mas vim confiante para cá e estou feliz por ter dado tudo certo”, disse Mateus Herdy. “Eu sempre quis que o meu nome estivesse ao lado dos meus ídolos Adriano (de Souza) e o Gabriel (Medina).

Mateus posando com seus troféus. Foto: @WSL / Jack Barripp

A decisão do título mundial começou com o californiano Eithan Osborne na frente, mas Mateus Herdy entrou na briga quando completou o seu primeiro aéreo reverse com rotação completa no ar, na junção da onda que valeu nota 7,50. Na de trás, Eithan Osborne escolheu atacar a direita com três manobras fortes de frontside para seguir liderando com o 6,90 recebido. O mar estava difícil, a correnteza era forte, as ondas de 4-6 pés não paravam de entrar e era preciso ficar remando o tempo todo para achar as melhores.

Mateus pegou outra direita boa e fez uma manobra forte na parede antes de buscar a rampa para voar. Ele aterrisou do full rotation e seguiu na onda, atacou o lip de novo e mandou outro aéreo rodando para finalizar a onda. Ele ficou em pé na prancha contando os dedos até erguer as duas mãos pedindo nota 10, mas nenhum dos cinco juízes deu, apesar de considerarem a melhor apresentação do campeonato com a média 9,77. Ela superou o 9,60 de Samuel Pupo, também com dois aéreos na mesma onda no sábado.

O americano também tenta um, mas cai. Aí Mateus vem em outra onda boa, faz um grande arco usando a borda e acelera para voar de novo, completar a manobra e receber 8,60 que praticamente garantia a vitória há menos de 15 minutos do fim da bateria. Seu oponente ficou tentando algo diferente, arriscando aéreos de difícil execução, porém não completou nenhum nas três ondas que pegou. Mateus Herdy então festejou o título mundial Pro Junior de 2018, aumentando seu próprio recorde de 18,00 para 18,37 pontos, contra 11,67 de Eithan Osborne.

RECORDE DE TÍTULOS:

O catarinense entra para o seleto grupo de brasileiros que conquistaram a maioria dos títulos na história do Mundial Pro Junior iniciada em 1998. Entre eles, os que depois se tornaram campeões mundiais do CT, Gabriel Medina e Adriano de Souza. O recorde começou a ser escrito pelo carioca Pedro Henrique no ano 2000. Depois, Mineirinho levou o troféu de 2003, o cearense Pablo Paulino foi bicampeão em 2004 e 2007, Caio Ibelli ganhou o título de 2011, Gabriel Medina o de 2013 e o carioca Lucas Silveira tinha vencido o último em 2015.

São oito títulos do Brasil, contra cinco da Austrália, quatro do Havaí com Andy Irons ganhando o primeiro da história em 1998 antes de ser tricampeão mundial, um da França, um de Portugal e um da África do Sul. Os Estados Unidos continuam sem nenhum, mas a californiana Kirra Pinkerton já tinha quebrado o tabu em Taiwan, ao conseguir o primeiro título norte-americano em 20 anos de Mundial Pro Junior. As meninas só começaram a disputar essa competição em 2005 e as australianas venceram metade das quatorze edições.

 

O Taiwan Open of Surfing decidiu quatro títulos mundiais da World Surf League em duas semanas de boas ondas em Jinzun Harbour. Primeiro os da modalidade praticada em pranchões como nos primórdios do esporte, com o sul-africano Steven Sawyer e a norte-americana Soleil Errico sendo os campeões do Longboard na semana passada. De um extremo a outro, agora foram decididos os títulos da nova geração, com Mateus Herdy e a californiana Kirra Pinkerton levando os troféus da categoria Pro Junior, para surfistas com até 18 anos.

Publicada em: 10/12/2018 10:10:57

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